sexta-feira, 2 de abril de 2010

“SE MALANDRO SOUBESSE COMO É BOM SER HONESTO, SERIA HONESTO SÓ POR MALANDRAGEM”


Pode ser que a maioria dos revendedores de GLP,que estão empenhados na luta heróica de acabar com a revenda clandestina, já tenha adotado uma visão STALENISTA diante da realidade de seu negócio.

Revendedor “A” diz que não está conseguindo vender o seu produto, pois o revendedor “B” não cumpre as exigências da lei , mas vende o mesmo produto que ele, pois não precisa pagar imposto algum . Ele se revolta ao ver o suposto revendedor de gás alcançar respeitabilidade depois de ter prejudicado , ter poluído todo o mercado.

Empresas enganam clientes e vice-versa – de um lado os preços abusivos e as tórridas e injustificáveis mentiras, do outro a famosa tática do “o negócio é vender gás”; estratégia que já se transformou no malandro jargão do boqueiro ou pirangueiro que quer tirar vantagem.

Qual brasileiro nunca se perguntou: “De que vale a pena ser honesto?”. Se a análise for feita a longo-prazo, a resposta é: os honestos sobrevivem, é o que revela o estudo “O dilema do prisioneiro e a ética”, de Isaac Epstein, professor do centro de pós-graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo e autor dos livros Gramática do Poder (Ática, 1994) e Revoluções Cientificas (Ática, 1988).

O estudo mostra que tirar vantagem em todos os momentos não é a melhor estratégia, mesmo num universo governado por indivíduos movidos pelo egoísmo e pelo interesse próprio. Cidadãos estes que julgam promover o crescimento econômico.

Na pesquisa, Epstein ilustra um torneio com pesquisadores e especialistas da teoria dos jogos. No início os jogadores partiam traindo, pois iriam ganhar algo, caso o adversário fizesse o mesmo, e até muito mais, se o adversário fosse bonzinho.

Se o jogador por acaso encontrasse um traidor desumano, ele também deveria trair. Se, por outro lado, encontrasse um cooperador incansável e quisesse maximizar seus benefícios, deveria trair mais.
Se, porém, enfrentasse um participante que cooperasse até seu oponente traí-lo, e daí em diante nunca mais cooperasse, deveria cooperar. A estratégia mais generosa indica a retaliação somente após duas traições do oponente. A característica generosa facilita a cooperação dos jogadores a longo-prazo. O jogador egoísta não vai longe e acumulam pontos os jogares que cooperam.

Em outro exemplo de jogo, por 100 gerações os traidores desumanos dominam a população que se torna extremamente feroz. Uma minoria assediada sobrevive à beira da extinção. Mas quando os tolos, ou apenas justos, são quase extintos e não sobra ninguém para explorar, o jogo muda de direção. Os traidores começam a brigar entre si e se enfraquecem. Após 100 gerações a maioria muda dos traidores para os legais e, após 300 gerações, dos legais para os muito legais.

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