terça-feira, 28 de março de 2017

Tentando vender o meu gás de cada dia

O comércio de gás de cozinha no estado do Rio de Janeiro vem assustando alguns agentes do mercado e deixando o consumidor com a sensação de que está sendo lesado. O gesso colocado nos braços do revendedor autorizado, (sabe-se lá também nas distribuidoras) através da Resolução 51/16 e os constantes anúncios de aumento no produto têm criado problemas e prejuízos incalculáveis.
Digo gesso, pois a resolução criou a modalidade de revenda vinculada e Independente, a  vinculada  obriga o revendedor a comprar da sua distribuidora o gás pelo preço que ela quiser vender e a independente faz com que ele compre de quem quiser vender pelo preço oferecido, resumindo: reféns em ambos os caso.


O mercado de GLP é sadio, não mexam com a saúde dele

Grupos foram formados por alguns revendedores atacadistas com o apoio da suas distribuidoras (não explicitamente) e já apontam as regras do jogo para quem quis ficar no mercado e quem vai sair, as cartas estão na mesa.
No último dia 17/03 a Petrobrás reajustou o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) assim, os botijões de até 13 kg (GLP P-13) subiram  nas refinarias em 9,8%, em média.
Se fossem  integralmente repassado  os preços ao consumidor,  estima-se  que o botijão de GLP P-13 poderia  subir 3,1% ou cerca de R$ 1,76 por botijão, isso se mantendo  as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos. Pela lei brasileira, é garantida a liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, então os reajustes nas refinarias podem, ou não, chegar ao consumidor final, o que dependerá dos repasses de distribuidoras e revendedores. 
A grande confusão se dá, pela constatação de que alguns revendedores abaixaram o produto, estão vendendo o gás, quase pelo mesmo preço que outros compram de sua distribuidora. Que comércio é esse?
Esta prática de venda, que sinceramente não sei se é legal ou ilegal, tem ocorrido com muita freqüência no estado do Rio de Janeiro, principalmente nas cidades mais afastadas da Capital. Se tornou comum passar em frente ao depósito do revendedor da distribuidora “A” e o preço é XX  e o revendedor da distribuidora B  o preço é  -X . A confusão é tão grande, que a diferença nos  preços chegam  a R$ 20,00 ( vinte reais), como explicar isso para  o consumidor, já que nem eu entendo. Poderíamos argumentar que são os botijões roubados aparecendo (nunca se roubou tantos botijões como no ano de 2016), mas não acredito que revendedores autorizados se prontificassem a correr este risco. Será o mercado mexendo os seus pauzinhos?
A grande verdade é que está tudo muito confuso, o mercado clandestino está vendendo mais barato, que o regular, por qual preço eles compram?  Se compram mais barato, por qual motivo esse beneficio não chega a revenda regular.
A nossa reguladora a ANP criou as regras, mas o jogo que estão jogando , acredito ser outro, já que se fala em cartel com suspeita de agentes da Agência envolvidos, embora fique claro, que são suspeitas, mas há uma investigação e não podemos negar.

Área fechada, milícia, roubos de botijões, acordo de gerentes de distribuidoras com atacadistas, sindicatos de fachada, mercado clandestino, revendedor quebrando, todo isso no contexto do mercado  e  no meio disso tudo:  o  consumidor. O mercado é livre. Qual é mesmo o preço do gás? Não sei, mas o mercado é livre, ou não!?

quarta-feira, 8 de março de 2017

Subsídio para gás de cozinha será reduzido e preço deve subir

A Petrobras trabalha nos cálculos finais para definir o aumento no preço do chamado gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular gás de cozinha


Para cada botijão de gás vendido no País, cerca 24% do valor cobrado fica com a Petrobras
O preço do gás de cozinha vai subir. A Petrobras, dona de praticamente 100% do abastecimento do insumo no mercado nacional, prepara um reajuste que poderá ter impacto no preço final do botijão de gás, produto presente em 59,5 milhões de residências, ou 96% do total de famílias do País.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a estatal trabalha nos cálculos finais para definir o aumento no preço do chamado gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular gás de cozinha, vendido em botijões de 13 quilos.
O entendimento é de que, após vários anos de uma política de subsídio que manteve o preço do gás da estatal sem aumento, o mercado acabou fazendo seus reajustes por conta própria, impactando o consumidor final.
Subsídio
O histórico dos reajustes mostra que, entre 2003 e 2016, o preço final do gás cobrado pelas revendedoras acumulou reajuste médio de 89%, saltando de R$ 29,35 para R$ 55,60 o botijão. Neste mesmo período, o aumento realizado pela estatal foi de apenas 16,4%. Foram 12 anos sem nenhum reajuste no preço do gás vendido pela Petrobras.
Somente em 2015 é que viria o primeiro aumento pela estatal, de 15%. No mesmo ano, o aumento repassado pelas revendedoras ao consumidor chegou a 22,6%. No ano passado, a estatal fez um novo aumento, de 1,4%, ante 2,1% feito pelo mercado.
Questionada sobre o assunto, a Petrobras informou que não iria comentar. A avaliação de técnicos da empresa é de que é necessário recuperar ao menos uma parte do preço, em razão da defasagem acumulada nos últimos anos, não apenas com a inflação, mas do próprio valor praticado pelo mercado.
No fim de 2016, a Petrobras já tinha reajustado em 12,3% o GLP destinado aos usos industrial, comercial e granel às distribuidoras, mas não mexeu no preço para o consumidor doméstico. Na mesma época, a estatal aumentou o preço do diesel nas refinarias em 9,5%, em média, e da gasolina em 8,1%.
Para cada botijão de gás vendido, cerca 24% do valor fica com a Petrobras
Para cada botijão de gás vendido no País, cerca 24% do valor cobrado fica com a Petrobras. Distribuidoras e revendas retêm uma fatia média de 57%. Outros 15% são consumidos com ICMS e 4% com PIS e Cofins, segundo dados da estatal.
De acordo com dados da empresa Preço do Gás, que divulga valores do botijão praticados em todo o País, a variação atual de preços do gás de cozinha chega a mais de 78%, entre R$ 44,90 e R$ 80, na entrega ao cliente.

Os dados se baseiam em informações de mais de 400 revendedores cadastrados. O valor mais barato foi encontrado no Espírito Santo, enquanto o mais caro é cobrado em Mato Grosso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.