Inovação e tecnologia são fatores essenciais para
um país que deseja ser competitivo. A afirmação é do economista e diretor do
Columbia Global Center Rio de Janeiro, Thomas Trebat. Em seminário na FIRJAN,
ele analisou o ambiente de negócios brasileiro em comparação com as economias
mais competitivas do mundo.
Segundo Trebat, desde 2012 o Brasil vem caindo de
posições no Ranking de Competitividade do Fórum Econômico Mundial. Antes na 48ª
colocação, hoje o país encontra-se em 80º lugar. “Instituições fracas,
infraestrutura deficiente, burocracia, saúde e educação primária precárias
explicam o resultado do Brasil no ranking”, apontou.
Ainda assim, o economista acredita que as soluções
para melhoria desse cenário são alcançáveis se o país investir em uma agenda
direcionada à inovação e tecnologia. De acordo com ele, esse fator ganha um
valor ainda maior ao se considerar a tendência global da chamada Indústria 4.0.
Nesse movimento, tecnologias disruptivas estão criando novas oportunidades e
aumentando a produtividade das empresas.
“O Brasil tem um sistema nacional de inovação
construído com boas universidades, entidades de pesquisa, forte tendência do
empreendedorismo, bancos de fomento e algumas políticas de incentivo. O
problema é que a maioria desses fatores não está integrada, há grande
burocracia e pouco planejamento de longo prazo”, ponderou Trebat.
“O Brasil tem um sistema nacional de inovação
construído com boas universidades, entidades de pesquisa, bancos de fomento e
algumas políticas de incentivo. O problema é que a maioria desses fatores não
está integrada” | Foto: Vinicius Magalhães
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Agenda de reformas
Outro ponto defendido por Trebat são reformas
microeconômicas que melhorem o ambiente de negócios, como a tributária, em
vista de simplificar o sistema brasileiro. Nesse sentido, o economista-chefe do
Sistema FIRJAN, Guilherme Mercês, pontua como os demais países investiram nessa
agenda para se reerguerem depois da crise de 2008.
Como exemplo, ele citou o México, que alterou sua
legislação trabalhista em 2012. “No Brasil, só conseguimos uma reforma
trabalhista no ano passado. Estamos muito atrasados nesse sentido”, afirma.
Para ele, é urgente a necessidade das reformas da Previdência e Tributária: “Há
mais de 20 anos a FIRJAN defende a realização de reformas no país”.
A palestra “Competitividade das economias
latino-americanas: uma perspectiva global e lições para o Brasil” aconteceu em
9 de março. A iniciativa é mais uma ação do Programa Internacional de Educação
do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
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