A ANP, Agência Nacional do Petróleo, calcula que a maioria dos locais de venda é ilegal. E mesmo algumas revendedoras que têm permissão andam vacilando.
Um alerta! O comércio informal de botijões de gás espalha pelo país inteiro o risco de explosões. De cada três pontos de venda, dois simplesmente não são fiscalizados. Ao comprar um botijão mal conservado, o consumidor leva para casa e para a vizinhança, um grande perigo.
O bujão que se usa normalmente nas casas contém 13 quilos de gás. Não é comum dar defeito, mas acontece. Para se ter uma ideia dos efeitos de um acidente por causa de escapamento de gás, o Fantástico simulou uma explosão.
Por necessidade da gravação, o local não estava fechado. Na realidade, ele estaria. O que faz com que tudo seja muito pior.
Em São Paulo, em maio desse ano, cinco casas ficaram destruídas com a força de uma explosão causada por vazamento de gás. Como é estar em um lugar desses?
A auxiliar de limpeza Alcivani Lira conta: “Eu lembro que eu coloquei só a mão no meu rosto e pedi muito a Deus que não queimasse o rosto. Nisso eu caí para trás, senti o impacto para trás. Parece que eu estava aérea. Eu olhava para mim e não sentia nada, só sentia muita quentura e bastante fogo”
Além do cuidado com o estado do botijão, que não pode estar amassado nem enferrujado, o consumidor tem que prestar atenção também no local onde ele compra o gás. Pode fazer muita diferença. E o brasileiro compra 33 milhões de bujões por mês. Mas e como anda a segurança?
“Quando você vê um botequim, uma loja de ração, com dois inocentes botijões na calçada, com uma plaquinha temos gás, lá dentro pode ter um quartinho com 50, 70, 100 botijões guardados de forma indevida. Botijão não explode,mas o ambiente onde esses botijões estão pode explodir”, explica Sérgio Bandeira, presidente do sindicato de distribuidoras de gás.
A ANP, Agência Nacional do Petróleo, calcula que a maioria dos locais de venda é ilegal. Em Sorocaba, por exemplo, o morador de um bairro residencial estocava na garagem de casa dúzias de bujões que ele vendia sem cumprir nenhuma norma de segurança.
“Além da ausência de autorização da ANP, certificado do Corpo de Bombeiros e alvará da prefeitura”, diz o fiscal ANP Fernando Martins.
E mesmo algumas revendedoras que têm permissão andam vacilando. Uma blitz no Rio de Janeiro foi a um local credenciado. Botijões fora do lugar, distância menor do que a permitida entre as pilhas, poucos extintores e, como se não bastasse: um dos problemas que os inspetores identificaram foi o piso de madeira. Já está errado. Mas, muito mais do que o piso, o problema está embaixo. A quantidade de lenha, de madeira, pneu velho. São condições perfeitas para uma imensa fogueira. E, em cima, uma grande quantidade de gás.
Mas o perigo não está apenas na quantidade de bujões. Um pequeno, de apenas dois quilos, também causa um estrago. Na explosão do gás que escapou de um desses, em uma lanchonete no Rio em 2009, três pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas. Várias eram estudantes de uma escola que fica em frente.
“Foi um barulho estrondoso, chamou atenção de todos que estavam perto, não teve um que não ouviu”, conta o estudante Marcos Reis.
“Teve uma mulher que a roupa dela parece que grudou no corpo, outra se jogou em uma poça que tinha na calçada para tentar acabar com a dor que estava sentindo”, lembra o estudante Douglas Nascimento.
Para diminuir acidentes, operações vão ser mais freqüentes. A partir de agora, os 106 agentes que a ANP tem em todo o Brasil, com a ajuda de autoridades locais, vão fiscalizar pontos de venda de gás. E a ajuda do público é fundamental.
“Junto ao consumidor essas campanhas vão ser informativas para permitir que ele identifique de forma clara uma revenda que não seja autorizada pela ANP e evite assim riscos de segurança como, por exemplo, o caso que a gente visualiza de botijões de 45 quilos encostados num muro, ao lado de uma residência”, explica o fiscal da ANP Marcelo Silva.
Muitas vezes, a conveniência de ter um local perto de casa faz com que o consumidor prefira não ver que o perigo mora ao lado.
“Só o que me assusta é um botijão com defeito, que possa ocasionar algum problema. Eu acredito que não vá acontecer nada, estou rezando!”, brinca o vigia Antonio Dias.
É melhor fazer mais do que rezar. É só ligar para a ANP: 0800 970 0267, que você pode checar se o local tem permissão para vender gás. Sabe como é, é melhor prevenir do que explodir.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
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