quarta-feira, 25 de julho de 2012

Polêmica em Araxá:: Gás de cozinha não poderá mais ser transportado em motos







Resolução do CONTRAN proíbe este tipo de transporte e acessório custa em média R$ 2,5 mil

Uma verdadeira polêmica envolvendo o transporte de gás de cozinha chegou à Araxá. O Conselho Nacional de Trânsito - Contran, através da Resolução nº 356, obrigará os entregadores de gás GLP a mudarem a forma de transporte dos botijões a partir do próximo mês de agosto deste ano. De acordo com a resolução somente as motos que instalarem o sidecar poderão transportar o produto.

O acessório é uma espécie de caixa acoplada na lateral da moto e custa em média R$ 2,5 mil. Dessa forma, ficaria proibida a utilização do suporte na traseira da motocicleta que hoje é usado na cidade e transporta até três botijões de gás. Alternativa seria a utilização de triciclos equipados com um kit carroceria em forma de gaiola.

O Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás - Sindergás, com sede em Patos de Minas, se reuniu com os empresários do ramo em Araxá, com a participação da Polícia Militar, para tratar sobre a aplicação da Resolução na cidade. A presidente do Sindergás, Norma Guimarães Marques, diz que a Resolução 356 do Contran é do ano de 2010 e que só agora vai entrar em vigor. “Todos os revendedores terão que adaptar o sidecar em suas motos para fazer a entrega do gás de cozinha de forma correta proporcionando mais segurança para os motociclistas e também para a população como um todo. É um beneficio importante para o nosso setor e para o trânsito em geral”, diz a presidente.

O 37º Batalhão de Polícia Militar informa que ainda aguarda uma orientação do Comando da PMMG em Belo Horizonte para definir a forma com que vai fiscalizar a aplicação na nova lei. O tenente Barcelos afirma que a Resolução 356 do Contran estabelece requisitos mínimos e necessários para o transporte de passageiros e cargas em motocicletas com uma preocupação especial com produtos como o gás de cozinha e também a água mineral.

“A atuação operacional da Polícia Militar vai depender da orientação da Diretoria de Meio Ambiente e Trânsito que é o órgão diretivo responsável por estabelecer uma diretriz neste tipo de assunto. Neste momento ainda estamos esperando uma definição para traçarmos um plano de ação. Com certeza iremos inicialmente realizar ações preventivas como blitz educativas e encontros informativos nas revendas. Somente num segundo momento iremos atuar repressivamente”, revela o tenente Barcelos.

Araxá tem atualmente um total de 22 revendas de gás de cozinha autorizadas e registradas pela Agência Nacional do Petróleo - ANP. Os empresários estão preocupados com a implantação da nova exigência. O comerciante Marcos Orlandi diz que ainda há muitas dúvidas em relação a Resolução 356 e que os revendedores de gás não sabem até agora o que realmente vai ser exigido ou não. “A entrega de gás é um serviço de utilidade pública e há cidades como Ouro Preto onde foi autorizado o transporte de apenas um botijão de gás na moto sem o sidecar. A lei deixa algumas brechas e até mesmo a Polícia Militar esta com algumas dúvidas”, afirma Marcos. O empresário João Batista revela que atua há 20 anos com a revenda de gás de cozinha e nunca teve problemas com o transporte nas motocicletas. “A mudança pode trazer benefícios, porém não acredito que todas as revendas estariam aptas a se adaptarem em um prazo tão curto, uma vez que a Resolução entra em vigor no mês que vem. O ideal seria a liberação para o transporte de pelo menos um botijão de gás na parte traseira da moto,” avalia João.

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