terça-feira, 28 de agosto de 2012

Copagaz busca novos nichos para elevar distribuição de GLP


Empresa aposta nas demandas por asfalto e quer aumentar o segmento de granel, que hoje já responde por cerca de 25% das vendas

São Paulo
A Copagaz  quer aproveitar as perspectivas de crescimento na construção de obras de infraestrutura para aumentar seu mercado na área industrial.  A empresa de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) do Grupo Zahran — que começou suas atividades nos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — entrou em um novo segmento de mercado ampliando seus negócios na área de asfalto por meio do fornecimento de gás para usinas que substituem o óleo BDF pelo GLP. A principal ferramenta para a conquista dessas usinas é a melhoria de cerca de 30% da eficiência das plantas. A empresa já possui usinas de asfalto como clientes em diferentes regiões, tais como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A área a granel, que atende ao setor industrial e comercial, responde por 25,5% das vendas da distribuidora que segundo o gerente nacional de vendas industriais da Copagaz, Vicente Longatti, estão em 52 mil toneladas. Os cerca de 75% restantes mantêm a tradição do mercado brasileiro e são destinados ao consumidor do conhecido botijão de 13 quilos, mais conhecido como gás de cozinha. “O setor de gGranel ganhou certa participação nos últimos anos, mas o P13 [botijão de gás] também cresceu com a economia brasileira, por isso a divisão de vendas por segmento de negócios manteve a sua participação nas vendas”, diz. 

A aplicação do GLP para o setor de asfalto, explicou Longatti, vem se intensificando há dois anos e vem na esteira do surgimento de novas tecnologias de queima mais limpas, que traz benefícios para o usuário, que passam desde a questão ambiental, cada vez mais restrita, quanto ao aumento da eficiência das plantas fabris desse tipo de indústria. Essa melhoria, continuou o executivo, é observada pelo poder energético do GLP, maior que o do óleo usado anteriormente.

Como se trata de combustível líquido, o óleo apresenta emissão de particulado (partículas de carbono não queimadas), enxofre e formação de H2S, monóxido de carbono, entre outros. Além disso, a queima do gás leva a uma menor demanda de insumo. “Nos secadores, utilizamos 5,5 quilos de GLP por tonelada de asfalto produzido. Para esse mesmo volume de produto com o óleo seriam necessários de oito a nove litros de BPF”, explicou Longatti. 

Apesar de ainda ter um preço mais elevado, o gerente da Copagaz disse que as usinas que tem instalados os sistema apresentam ganhos de produtividade diretos de  até 15%. Mas ele cita ainda os ganhos indiretos, como o menor índice de manutenção das plantas com menor consumo de peças como filtros que podem custar até R$ 18 mil cada unidade, ou até mais caro, dependendo da necessidade da usina em questão por conta das restrições ambientais, que limitam as emissões de gases originados no processo como o ácido sulfúrico, que levam à deterioração de equipamentos. 

“Com o óleo, muitas vezes, a manutenção e troca desses filtros é feita em até três meses, já com o GLP temos usinas que estão há 12 meses sem  necessidade de troca”, afirmou. “Com o ganho da produtividade e a redução de custos de manutenção, a operação com o GLP pode ficar até 30% mais eficiente”, calculou. 
O mercado a granel tem sido a aposta das distribuidoras de GLP como forma de buscar novos mercados uma vez que o maior consumidor, o residencial, apresenta crescimento orgânico, mesmo com a economia acelerada. Isso se deve porque as indústrias necessitam de grandes volumes do energético e o GLP acaba tendo um nicho específico por conta de sua pureza para aplicações como na indústria química. 
  
Tanto é assim que a Copagaz atende a outras áreas do setor produtivo. Entre esses segmentos, estão a indústria alimentícia, a de cerâmica, a automobilística e a de linha branca. O insumo é utilizado em diversas aplicações, mas o destaque ficou para o processo de secagem com chama direta ou indireta. 
O negócio granel parece ser estratégico para a companhia, que avalia novos segmentos da indústria para oferecer soluções. “Existem segmentos novos nos quais estamos trabalhando, mas ainda são estudos. Há segmentos que não utilizam o GLP, mas que é possível de implementar”, resumiu o executivo. 

De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo  (Sindigás), a Copagaz aparece, no ranking de participação de mercado, atrás das quatro grandes distribuidoras de GLP do Brasil. Por ordem, são elas:  Ultragaz (23,63%), Liquigás (22,79%), Supergasbras (20,90%), Nacional (18,86%), e aí sim, com 7,73% aparece a empresa de origem sul-matogrossense.  

Hoje, a Copagaz atua em todo o território nacional, mas na região da Amazônia e em Roraima a participação é menor. A empresa afirma estar chegando à Bahia para atender ao segmento industrial. Mas é na Região Sudeste que se concentra a maior demanda dado o número de empresas  lá  instaladas. Em termos de vendas ao consumidor residencial a Copagaz tem mais presença na Região Centro-oeste. 
 

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