Empresa aposta nas
demandas por asfalto e quer aumentar o segmento de granel, que hoje já responde
por cerca de 25% das vendas
São Paulo
A Copagaz quer aproveitar as perspectivas de
crescimento na construção de obras de infraestrutura para aumentar seu mercado
na área industrial. A empresa de distribuição de gás liquefeito de
petróleo (GLP) do Grupo Zahran — que começou suas atividades nos Estados de São
Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — entrou em um novo segmento de mercado
ampliando seus negócios na área de asfalto por meio do fornecimento de gás para
usinas que substituem o óleo BDF pelo GLP. A principal ferramenta para a conquista
dessas usinas é a melhoria de cerca de 30% da eficiência das plantas. A empresa já possui usinas de asfalto
como clientes em diferentes regiões, tais como: São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A área a granel, que atende ao setor industrial e
comercial, responde por 25,5% das vendas da distribuidora que segundo o gerente
nacional de vendas industriais da Copagaz, Vicente Longatti, estão em 52 mil
toneladas. Os cerca de 75% restantes mantêm a tradição do mercado brasileiro e
são destinados ao consumidor do conhecido botijão de 13 quilos, mais conhecido
como gás de cozinha. “O setor de gGranel ganhou certa participação nos últimos
anos, mas o P13 [botijão de gás] também cresceu com a economia brasileira, por
isso a divisão de vendas por segmento de negócios manteve a sua participação
nas vendas”, diz.
A aplicação do GLP para o setor de asfalto,
explicou Longatti, vem se intensificando há dois anos e vem na esteira do
surgimento de novas tecnologias de queima mais limpas, que traz benefícios para o
usuário, que passam desde a questão ambiental, cada vez mais restrita, quanto
ao aumento da eficiência das plantas fabris desse tipo de indústria. Essa
melhoria, continuou o executivo, é observada pelo poder energético do GLP,
maior que o do óleo usado anteriormente.
Como se trata de combustível líquido, o óleo
apresenta emissão de particulado (partículas de carbono não queimadas), enxofre
e formação de H2S, monóxido de carbono, entre outros. Além disso, a queima do
gás leva a uma menor demanda de insumo. “Nos secadores, utilizamos 5,5 quilos
de GLP por tonelada de asfalto produzido. Para esse mesmo volume de produto com
o óleo seriam necessários de oito a nove litros de BPF”, explicou
Longatti.
Apesar de ainda ter um preço mais elevado, o
gerente da Copagaz disse que as usinas que tem instalados os sistema apresentam
ganhos de produtividade diretos de até 15%. Mas ele cita ainda os ganhos
indiretos, como o menor índice de manutenção das plantas com menor consumo de
peças como filtros que podem custar até R$ 18 mil cada unidade, ou até mais
caro, dependendo da necessidade da usina em questão por conta das restrições
ambientais, que limitam as emissões de gases originados no processo como o
ácido sulfúrico, que levam à deterioração de equipamentos.
“Com o óleo, muitas vezes, a manutenção e troca
desses filtros é feita em até três meses, já com o GLP temos usinas que estão
há 12 meses sem necessidade de troca”, afirmou. “Com o ganho da
produtividade e a redução de custos de manutenção, a operação com o GLP pode
ficar até 30% mais eficiente”, calculou.
O mercado a granel tem sido a aposta das
distribuidoras de GLP como forma de buscar novos mercados uma vez que o maior
consumidor, o residencial, apresenta crescimento orgânico, mesmo com a economia
acelerada. Isso se deve porque as indústrias necessitam de grandes volumes do
energético e o GLP acaba tendo um nicho específico por conta de sua pureza para aplicações como na indústria química.
Tanto é assim que a Copagaz atende a outras áreas
do setor produtivo. Entre esses segmentos, estão a indústria alimentícia, a de
cerâmica, a automobilística e a de linha branca. O insumo é utilizado em
diversas aplicações, mas o destaque ficou para o processo de secagem com chama
direta ou indireta.
O negócio granel parece ser estratégico para a
companhia, que avalia novos segmentos da indústria para oferecer soluções.
“Existem segmentos novos nos quais estamos trabalhando, mas ainda são estudos.
Há segmentos que não utilizam o GLP, mas que é possível de implementar”,
resumiu o executivo.
De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), a Copagaz
aparece, no ranking de participação de mercado, atrás das quatro grandes
distribuidoras de GLP do Brasil. Por ordem, são elas: Ultragaz (23,63%),
Liquigás (22,79%), Supergasbras (20,90%), Nacional (18,86%), e aí sim, com
7,73% aparece a empresa de origem sul-matogrossense.
Hoje, a Copagaz atua em todo o território nacional,
mas na região da Amazônia e em Roraima a participação é menor. A empresa afirma
estar chegando à Bahia para atender ao segmento industrial. Mas é na Região
Sudeste que se concentra a maior demanda dado o número de empresas lá
instaladas. Em termos de vendas ao consumidor residencial a Copagaz tem
mais presença na Região Centro-oeste.
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