O cheiro de gás que invadiu diversos bairros em Belém na última sexta-feira ainda é assunto entre os moradores do bairro do Barreiro. No domingo, em frente às casas, vizinhos trocavam relatos de como tentaram se desvencilhar do forte odor. “A gente tentou de tudo. Fechamos janelas, colocamos toalhas molhadas, mas só parou mesmo quase de madrugada”, disse a dona de casa Leopoldina Brito.
Outras famílias tiveram horas de agonia com a falta de informação sobre a origem do gás. “Cada um pensava que era na sua casa”, complementou a batedora de açaí Maria José. Dono de um estabelecimento comercial, Raimundo Fernandes era um dos que reuniu mais explicações para o fato. “Eu já tinha sentido esse cheiro há cerca de um ano, quando fizeram o mesmo procedimento”. A mãe de Raimundo, Cecília Fernandes, de 73 anos, conta que passou mal e só melhorou no dia seguinte. “Senti a boca assada, dor de cabeça e olhos lacrimejantes”.
Temeroso de que a situação venha a se repetir, o comerciante explica que a proximidade das empresas de petroquímicas preocupa. “Se houver uma explosão, nós seremos os mais afetados e não teremos como correr”.
Da mesma constatação partilha o engenheiro químico Carlos Carvalho. Ele critica a localização do porto de Miramar, afirmando que o espaço não conta com saídas estratégicas e traz insegurança. “Se houvesse um incêndio, seria muito difícil alcançar Miramar sem que as áreas no entorno fossem atingidas”. O cheiro de gás se espalhou pela cidade durante o processo de odorização do gás de cozinha, realizado no porto de Miramar na última sexta-feira. (Diário do Pará)
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
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