De repente você começa a sentir um leve cheirinho de gás no ar e fica sem saber o que fazer primeiro: mexer no botijão para descobrir o que acontece, colocar sabão em pedra (que, aliás, é mito) para impedir a passagem do gás, caso ele esteja vazando, ou ligar na empresa distribuidora, mesmo que você não faça idéia do que está acontecendo.
Em casos como esse o melhor a fazer é manter o registro fechado, colocar detergente no orifício do botijão para se certificar do vazamento e, se começar a borbulhar procurar manter o ambiente ventilado para evitar a concentração de gás, se possível, mantendo o botijão em uma área externa enquanto se evita acender as luzes, riscar fósforos, ligar ou desligar equipamentos eletrônicos. Além disso, é importante que a pessoa entre em contato com a distribuidora responsável para que o problema seja analisado gratuitamente por um profissional, ainda que este não realize, por exemplo, a manutenção de equipamentos como a mangueira, a abraçadeira metálica que a envolve ou o registro.
Na opinião do gerente nacional de vendas industriais, Vicente Longatti, a maioria dos problemas com os botijões de gás acontecem por causa do manuseio. “Os equipamentos se desgastam e acabam passando da validade, ao ponto do gás começar a vazar, sem que as pessoas se preocupem preventivamente com a troca periódica do kit (regulagem de pressão e mangueira que devem ser trocados a cada cinco anos). O que são R$ 27 ou R$ 30 (preço do kit) se comparado aos acidentes que ele pode causar?”.
Para Longatti, os cuidados do consumidor já devem começar no ato da compra, procurando avaliar se o botijão não está enferrujado, se o lacre está violado ou se a etiqueta de segurança, associada a ambos, possui a mesma marca. “Por outro lado, quando o miolo interno de um botijão também se rompe é porque não houve um acompanhamento de manutenção suficiente.
Daí as pessoas acabam pensando que é o botijão que explode, quando na verdade é o gás liquefeito do petróleo (GLP, mais conhecido como gás de cozinha) que vaza e se concentra em um ambiente fechado, ao ponto de explodir a qualquer deslocamento mínimo de ar (por isso, evitar acender a luz, por exemplo)”.
Hoje o botijão de gás abastece cerca de 95% dos lares brasileiros e possui mais penetração no País do que a energia elétrica, a água encanada e até mesmo a coleta de esgoto, segundo o Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP). Levando-se em conta esse cenário, a maior incidência com acidentes, envolvendo botijões em São Paulo, de acordo com o Corpo de Bombeiros da capital, ocorre nos lares com renda familiar de até dois salários mínimos.
De acordo com Longatti, esses acidentes se devem principalmente a falta de informação adequada para o uso do botijão, a falta de condições financeiras para comprar os kits nos períodos adequados e à compra de botijões em distribuidoras clandestinas, no qual a procedência é desconhecida. Só no ano passado, a corporação dos bombeiros registrou 2,4 mil chamados em São Paulo, por conta de vazamentos.
"São ações simples, mas desconhecidas por boa parte da população. O gás é um elemento feito para ser um aliado da dona de casa e não para servir de arma ou fator de risco", complementa Amaro Helfstein, diretor comercial e de operações da Copagaz.
Algumas dicas importantes:
- Evitar que a mangueira do botijão seja curta e fique atrás do fogão. O tamanho ideal dela é de 1m a 1,2m e, se possível, manter o vasilhame numa área arejada ou externa, distante do fogão.
- Ao comprar um novo recipiente, verificar se ele está em boas condições no que se refere ao aspecto visual (amassados, fissuras etc), limpeza, conservação e ferrugem. Nesses casos, o consumidor também precisa estar atento durante o uso do botijão, de modo a evitar que os produtos de limpeza fiquem próximos dele ou mesmo outros objetos apoiados sobre ele.
- Colocar o registro manualmente, evitando o uso de ferramentas, e checar se a mangueira é transparente, com tarja amarela (contendo o número do lote, data de fabricação e vencimento) e selo do Inmetro.
- Nunca utilizar o botijão deitado. Isso porque o GLP se liquefaz dentro do botijão até se tornar gás, ao passar pela boca do fogão. Se porventura essa substância transbordar direto do botijão, por conta da sua posição horizontal, ela pode explodir e provocar um incêndio.
- Evitar o desperdício de gás, mantendo as panelas fechadas, e evitar corrente de ar diretamente no fogão, como forma reduzir o tempo de cozimento.
- Em caso de emergência chamar a assistência técnica da distribuidora de GLP, estampada no corpo do botijão, e o Corpo de Bombeiros se necessário.
- A venda de um recipiente com valor muito abaixo do mercado pode ser um alerta de que o botijão deve ser clandestino.
sábado, 2 de abril de 2011
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